Como os jovens estão lidando com a Internet

Se nas gerações passadas os pais se preocupavam em disputar os filhos com a televisão e o videogame, eles, agora, precisam se desdobrar para serem ouvidos por uma prole totalmente imersa na vida digital. Esse uso prolongado da internet tem preocupado cada vez mais os pais e educadores, e além desse tempo, há uma ausência de controle, em que a criança e o adolescente não conseguem parar essa utilização, realizando atividade repetitiva e pouco criativa. Por esse motivo é importante a atenção e o acompanhamento dos adultos na prática dessas atividades, sejam elas, assistindo TV, navegando na internet ou jogando games.

Somos bombardeados de novidades e de pressões para usar a internet o tempo todo. Já chegamos a um nível em que um mundo sem internet parece impossível. “Mas o problema é quando a falta da web passa a gerar sofrimento intenso”, afirma o médico Hewdy Lobo, psiquiatra do Hospital Lacan.

Crianças e adolescentes que já nasceram num mundo com internet e são os mais atingidos por enfermidades como dor de cabeça, olhos embaralhados, dor nas costas e até complicações em sua a saúde emocional. Nesta idade, as funções executivas não estão completamente formadas, como tomada de decisões, planejamento e controle dos impulsos. Com isso, os jovens apresentam sintomas de depressão precocemente e se tornam vítimas fáceis se não houverem ações para reverter este quadro.

A escola pode ser a primeira a notar alguns destes sinais e seu papel é fundamental na orientação dos pais, sendo que os mesmos devem estabelecer horários e limites para o uso da Internet de acordo com a idade e o desenvolvimento da criança. Se perceberem que a situação se agrava, é importante procurar ajuda de um profissional especializado para acompanhar e avaliar até que ponto tem sido prejudicial o uso da Internet e o que pode estar por trás deste comportamento.

Por mais que esses meios de comunicação tenham se tornado essenciais para o nosso dia a dia, é fundamental estarmos atentos para que a troca de informações sirva para agregar valores sociais e ao compartilhar experiências que o façamos sem abusos na exposição pessoal, o que está se tornando uma arriscada tendência. As redes digitais já fazem parte do nosso cotidiano e é impossível imaginar o futuro a parte delas; devemos, no entanto, buscar o equilíbrio, e estarmos atentos quanto aos excessos de nossos filhos! Estabelecer limites é imperativo, inclusive para nós mesmos.

Luciane Zatta Roling

Coordenadora Pedagógica do Colégio Ellos